A palavra cristão, que é muito usada hoje em dia, aparece 3 vezes na bíblia, no novo testamento: Atos 11:26, Atos 26:28 e em I Pe 4:16. Ela significa pequeno Cristo e na verdade era mais uma zombaria contra os discípulos. Cristo era uma figura de vergonha pra eles, porque foi um homem que foi crucificado. Era um símbolo de vergonha, uma forma de tirar sarro dos discípulos. Mas tem uma palavra que é usada centenas de vezes na bíblia pra referenciar um seguidor de Jesus. A palavra Discípulo. Quando no século 1 quando alguém era questionado sobre a sua religião, ele respondia que era um discípulo de Jesus.
Quem lembra daquela brincadeira que brincávamos quando criança: Siga o mestre? Todos tinham que imitar o “mestre” até o final da brincadeira, e quem não o imitasse certinho estava fora da brincadeira e quem fazia tudo certo ganhava.
O Custo de ser discípulo
Uma grande multidão ia acompanhando Jesus; este, voltando-se para ela, disse:
“Se alguém vem a mim e ama o seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos e irmãs, e até sua própria vida mais do que a mim, não pode ser meu discípulo.
E aquele que não carrega sua cruz e não me segue não pode ser meu discípulo.
“Qual de vocês, se quiser construir uma torre, primeiro não se assenta e calcula o preço, para ver se tem dinheiro suficiente para completá-la?
Pois, se lançar o alicerce e não for capaz de terminá-la, todos os que a virem rirão dele,
dizendo: ‘Este homem começou a construir e não foi capaz de terminar’.
“Ou, qual é o rei que, pretendendo sair à guerra contra outro rei, primeiro não se assenta e pensa se com dez mil homens é capaz de enfrentar aquele que vem contra ele com vinte mil?
Se não for capaz, enviará uma delegação, enquanto o outro ainda está longe, e pedirá um acordo de paz.
Da mesma forma, qualquer de vocês que não renunciar a tudo o que possui não pode ser meu discípulo.
Lucas 14:25-33
Existem 3 pontos a serem entendidos como um custo de ser seguidor de Jesus, conforme vimos nos versículos acima:
1- Um certo ripo de amor
“Se alguém vem a mim e ama o seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos e irmãs, e até sua própria vida mais do que a mim, não pode ser meu discípulo.
Lucas 14:26
O ponto é que o discipulado exige que amemos a Jesus como Deus e não como uma pessoa qualquer. Somente Deus deve ser amado mais que qualquer pessoa da sua família e mais que a nós mesmos.
O verdadeiro discípulo ama a Jesus como Deus, ou seja, acima da sua própria família e acima de sua própria vida.
O que faz com que o verdadeiro discípulo decida por Jesus acima de qualquer coisa? O amor que só pode existir quando percebemos que estamos diante de um Deus soberano, criador de todas as coisas, o centro de tudo.
O verdadeiro discípulo tem a Cristo como o centro de sua vida não importando qual o custo que isso pode lhe gerar.
2- um certo tipo de sofrimento
E aquele que não carrega sua cruz e não me segue não pode ser meu discípulo.
Lucas 14:27
desde o inicio do evangelho, Lucas parece chamar a atenção para o fato de que Jesus está, durante todo o tempo, ensinando e enfrentando oposições ao seu ensino. Essas oposições vêm de todos os lados: das multidões, dos publicanos, dos soldados, de Herodes, dos religiosos e até dos demônios. Mas Lucas faz questão de deixar claro que o próprio Jesus estava consciente da dinâmica dessa oposição e mesmo assim continuou ensinando. Vemos isso no discurso de Jesus após a declaração de Pedro em Lucas 9:22-25
E disse: “É necessário que o Filho do homem sofra muitas coisas e seja rejeitado pelos líderes religiosos, pelos chefes dos sacerdotes e pelos mestres da lei, seja morto e ressuscite no terceiro dia”.
Jesus dizia a todos: “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me.
Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá; mas quem perder a vida por minha causa, este a salvará.
Pois que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, e perder-se ou destruir a si mesmo?
Lucas 9:22-25
Não só Jesus estava consciente da oposição ao Seu ensino, mas todo aquele que quisesse segui-lo precisaria estar consciente dos sofrimentos por causa desse comprometimento.
Mas não é qualquer sofrimento, mas o que Ele nos diz no versículo 27. (Carregar a Cruz).
E o que significa “carregar a Cruz?”
Para os discípulos a cruz era símbolo de rejeição e humilhação. Portanto carregar a cruz revela que o discipulado de Jesus implica a convivência em um mundo hostil ao evangelho, em uma cultura que rejeita seus ensinamentos e, por consequência, Seus discípulos.
3- um certo tipo de desapego
Da mesma forma, qualquer de vocês que não renunciar a tudo o que possui não pode ser meu discípulo.
Lucas 14:33
Essa demanda desfere o último golpe. Trata-se de um golpe fatal em nossa dependência de todas as coisas que criam em nós um vínculo de pertencimento ao mundo.
Esses vínculos são a razão pela qual muitos de nós somos incapazes de seguir a Jesus.
“Os discípulos de Jesus são como plantas que foram removidas com raízes de sua cultura egocêntrica e que, em seguida, foram transplantadas para a cultura cristocêntrica do reino de Deus.”
Pois ele nos resgatou do domínio das trevas e nos transportou para o Reino do seu Filho amado,
em quem temos a redenção, a saber, o perdão dos pecados.
Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação,
pois nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos ou soberanias, poderes ou autoridades; todas as coisas foram criadas por ele e para ele.
Ele é antes de todas as coisas, e nele tudo subsiste.
Ele é a cabeça do corpo, que é a igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a supremacia.
Colossenses 1:13-18
Jesus é o rei a quem devemos nos render e perder Nele todos os vínculos que nos fazem acreditar que somos senhores de nós mesmos e de tudo à nossa volta.
É muito difícil renunciar a algo que acreditamos possuir. Mas não deveria ser assim. No final das contas, as coisas que dizemos possuir não nos pertencem. Neste mundo, todas as posses são mera ilusão. Não possuímos nada daquilo que dizemos possuir. Tudo é dádiva. Tudo que temos vem Dele e é para Ele!
Nossa verdadeira identidade aguarda pelo desapego de tudo que nos deforma. E. por mais que as coisas que amamos seja maravilhosas, se nossa vida depender delas, então nossa identidade e personalidade estarão deformadas. E, mesmo depois de nos desapegarmos de todas as coisas, ainda assim haverá uma última coisa. Aquela da qual mais sentiremos dificuldade de nos desapegar: nosso eu.
Não nosso verdadeiro eu, mas nosso falso eu; aquele eu que não passa de uma paródia de nossa verdadeira identidade. Quando isso acontecer, quando o falso eu for negado, veremos que o conhecimento de Deus salvará nossos rostos. O discipulado já não será mais uma mera assimilação de doutrinas desconectadas da vida, mas, ao contrário, doutrina e vida se tornarão uma só carne.