O que declaramos aos nossos filhos?

E partiram de Betel; e havia ainda um pequeno espaço de terra para chegar a Efrata, e deu à luz Raquel, e ela teve trabalho em seu parto.
E aconteceu que, tendo ela trabalho em seu parto, lhe disse a parteira: Não temas, porque também este filho terás.
E aconteceu que, saindo-se-lhe a alma (porque morreu), chamou-lhe Benoni; mas seu pai chamou-lhe Benjamim.
Gênesis 35:16-18

Quando somos pais, existe uma responsabilidade sobre nós de criarmos nossos filhos, provermos o alimento, cuidados e educação a eles e darmos o suporte necessário que eles precisam pra viverem uma vida adulta com autonomia e sabedoria. Quando a família em questão é uma família cristã, ainda se acrescenta a necessidade de ensinar os caminhos do Senhor, com nossas palavras e exemplos, para que eles conheçam a Deus e tenham um relacionamento com Ele.

Muitas vezes, porém, mesmo que de forma inconsciente, declaramos aos nossos filhos palavras de derrota, de maldição e sepultamos seus sonhos, esperanças e perspectivas para o futuro.

No trecho do capítulo 35 de Gênesis mencionado acima, Raquel está grávida, dando à luz ao seu filho. Ao ter complicações no parto, levando-a a perder a vida, coloca o nome de seu filho de Benoni, que significa filho da minha aflição. A Bíblia nos diz, porém, que Jacó mudou o nome da criança para Benjamin, que significa filho da felicidade.

Naquela época o nome de uma pessoa ou lugar tinha muito valor. Os nomes definiam o caráter, circunstâncias e até mesmo um possível destino. Prova desta importância é que, quando havia mudança de vida e comportamento de uma pessoa ao terem um encontro com Deus ou quando foi dada uma promessa, o nome de algumas pessoas foram mudados. Foi o caso, por exemplo, de Abraão, Sara e Jacó.

Chamar o filho de “filho da minha aflição” poderia ser um fardo que o menino carregaria por toda a vida, mas ao ter seu nome como “filho da felicidade” a sensação era de ser um filho amado, desejado pelos seus pais.

O próprio Jesus, ao iniciar seu ministério no batismo nas águas, recebe uma declaração do Pai de que Ele era amado e o Pai tinha prazer nele. Se a declaração tivesse sido feita no final do ministério como homem, em que o Cristo já estivesse conhecido e ressurreto, seria um reconhecimento pelo que já estava consumado, mas ao fazer esta declaração para o ainda “desconhecido entre os homens” era uma forma de declarar que Ele seria vitorioso em sua jornada.

Quais palavras temos dito sobre nossos filhos e para nossos filhos? Será que temos declarado bençãos, palavras de consolo, palavras de incentivo e palavras de amor? Ou será que estamos dizendo que eles não vão fazer nada direito, que são problemáticos, difíceis de lidar, entre outras palavras?

A forma como enxergamos e falamos a respeito de nossos filhos está gerando filhos da nossa aflição ou da nossa felicidade?

A morte e a vida estão no poder da língua; e aquele que a ama comerá do seu fruto.
Provérbios 18:21